Você já parou para refletir sobre como o desenvolvimento humano é um processo contínuo que se estende desde o início até o final da vida? É interessante observar que enquanto um ser humano, o bebê, está iniciando sua jornada de formação, o outro ser envolvido, a mãe, está passando por uma transformação profunda através dessa experiência.
A mãe, em sua jornada de maternidade, é uma pessoa que um dia também foi bebê e criança. Muito da sua identidade atual é moldada pelas relações que teve com sua própria mãe e outros cuidadores durante sua infância. Neste contexto, é crucial destacar a fase vivenciada tanto pela mãe quanto pelo bebê, dois seres em estágios diferentes, mas profundamente interligados por meio de um processo de troca e desenvolvimento mútuo.
Enquanto o bebê está se formando, a mãe está se transformando. O vínculo entre o bebê e a mãe começa a se estabelecer desde o útero, onde o desenvolvimento tem início com uma complexa interação entre as células do bebê e o ambiente externo. Nesse ambiente intrauterino, o bebê não apenas recebe os nutrientes essenciais através da placenta, mas também é influenciado por uma variedade de sinais hormonais provenientes do corpo materno. Por exemplo, a liberação de hormônios como a serotonina em momentos de felicidade materna contrasta com a produção de cortisol em situações de estresse. Assim, torna-se evidente que o estado emocional e físico da mãe durante a gravidez desempenha um papel crucial no desenvolvimento do bebê, mesmo antes do nascimento.
Ao nascer, o bebê é totalmente dependente de outro ser humano para sua sobrevivência. É através da relação com esse outro ser humano, geralmente a mãe ou o cuidador principal, que ele começa a se desenvolver. É com essa pessoa que o bebê começa a aprender sobre si mesmo e o mundo ao seu redor, construindo sua consciência do “Eu”. Através de um vínculo de apego seguro, ele desenvolve confiança no mundo, uma boa autoestima e capacidade de resiliência.
Enquanto a identidade do bebê está em pleno desenvolvimento, sua mãe está passando por um período de grandes transformações em sua própria vida. Seus papéis e identidade sofrem mudanças significativas à medida que ela se torna mãe e assume a responsabilidade por outro ser humano. Suas prioridades mudam, refletindo uma nova fase em sua jornada de vida.
Somos seres relacionais desde o momento em que nascemos até a morte. O ser humano cresce, se desenvolve e se transforma através de suas interações interpessoais. O bebê depende da mãe (ou cuidador principal) não apenas para garantir sua sobrevivência, mas também para moldar sua identidade através dessa relação.
A maternidade é uma oportunidade extraordinária que abre portas para uma série de possibilidades de autoconhecimento, permitindo que a mãe reconheça emoções reprimidas, revisite sua própria infância e reconfigure suas relações de apego.
Ao longo de nossas vidas, afetamos e somos afetados pelos outros, destacando a profunda interconexão que permeia a existência humana.